Motivação e Estréia


Caros colegas,


Há algum tempo busco inspiração para expor minhas idéias e perspectivas em um blog. A minha idéia inicial sempre foi fazer um blog voltado para falar de assuntos que realmente tenham importância em minha vida.


Dentre esses assuntos, o de maior destaque acredito ser o Rock n Roll, e a minha primeira inspiração surgiu ao ler uma reportagem no Jornal O Estado de São Paulo publicada nessa sexta-feira (28/11) pelo “jornalista” Lauro Lisboa Garcia sobre o show do Queen + Paul Rodgers no Brasil, a reportagem foi publicada com a manchete : “Queen, engana que a gente gosta” e pode ser acessada na íntegra por aqui

Sobre Queen + Paul Rodgers, na minha opinião, se você se enquadra em alguma das afirmações abaixo, você não está apto para emitir uma opinião respeitável sobre Queen e muito menos sobre Paul Rodgers:

1) Não sei quem é Paul Rodgers
2) Não conheço Bad Company ou Free
3) Eu acredito que o Paul Rodgers é o substituto do Freddie Mercury e vai tentar cantar igual ao próprio
4) As melhores músicas do show foram We Will Rock You e We Are the Champions

Se você respondeu “sim” para alguma dessas perguntas, sinta-se à vontade para aprender um pouco mais da história do Rock através dos links abaixo:

Paul Rodgers
Free
Bad Company
Queen

Crítica feita ao jornal O Estado de São Paulo:

Sou um admirador do Rock n Roll em geral, e me considero com certo “Know-how” no que se diz respeito à shows e toda a cultura “Rockeira”.

Analisando o nosso passado recente (2008), tive oportunidade de assistir a alguns shows interessantes, por exemplo : Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Judas Priest, Mötley Crüe (Argentina – BsAs), Kiss (Dinamarca), Def Leppard, Poison, Triumph, Blue Oyster Cult, Saxon e outros grandes shows na Europa e no Brasil.

E como membro integrante dessa comunidade que admira e cultua o rock n roll, eu fiquei bastante perplexo com o que foi dito sobre o show do Queen + Paul Rodgers. O fato que me deixou bastante preocupado, foi o modo como foi retratada a união entre Queen e Paul Rodgers, este último que se trata de uma lenda do Rock, sendo que anos antes do próprio Queen pensar em existir, ele já compunha grandes sucessos em sua antiga banda, o Free, que por sinal teve o seu maior sucesso interpretado nessa turnê do Queen, a música All Right Now (o que nem se quer foi citado na reportagem)

Eu compareci no show da quarta-feira (26/11) e foi um dos melhores shows da minha vida, e ao analisar o público presente e escutar alguns comentários, acho que identifiquei algumas pessoas com a mesma bagagem sobre Rock do que nosso amigo Lauro, nas seguintes pérolas:

“Quem será esse Paul Rodgers, será que ele consegue cantar igual ao Fred?”.: Paul Rodgers = lenda do Rock n Roll, referências : Bad Company, Free

Quando começou a tocar a música Bad Company : “Porque será que eles estão tocando essa música, não é do Bad Company?”

Na reportagem constam alguns comentários infelizes como : “… Com visual de playboy marombado, Rodgers é tão expressivo quanto uma prancha de skate. Parece não fazer muita distinção entre o pedestal do microfone e uma barra de halteres…” comentários como esse são completamente dispensáveis pelo fato de serem inverdades e desnecessários, afinal estávamos em um show de Rock, e não em um circo.

“…Quanto mais se esforçava em se adequar aos clássicos do Queen, mais dava saudade da verdadeira Rainha…”: Paul Rodgers nunca tentou substituir Freddie Mercury, essa reunião se trata de um encontro de grandes amigos para fazer música, Paul tem seu estilo de cantar, com o vocal bem mais voltado para o Blues Rock, e tem seu legado próprio com o Free e Bad Company (bandas que por sinal me agradam bem mais do que o próprio Queen).

Em certa parte da reportagem é comentado que em Bohemian Rapsody, eles tiveram que apelar para imagens no telão para depois Rodgers encobrir com sua voz, o fato curioso é que sempre, mesmo quando Freddie ainda era vivo, o Queen utilizou playbacks para fazer a parte inicial da música.

“Até Taylor cantando é melhor que Rodgers”: imagine uma pessoa que nunca ouviu Bad Company ou Free, ou sequer conhece Paul Rodgers e lê a frase anterior. O Estado de São Paulo é um veículo importantíssimo da mídia impressa, possui um poder de formação (nesse caso deformação) de opinião fenomenal, vocês conseguem imaginar o impacto que frases infundadas e infelizes como essas podem ter sobre os leitores? Paul Rodgers é um excelente cantor e compositor, e um ícone do Rock n Roll, não existe possibilidade de ser comparado com ninguém, as características dos vocais e das bandas são completamente diferentes e ele não mudou seu estilo para se adequar ao Queen, tanto que o nome do projeto é Queen + Paul Rodgers.

Comparações de público com o show do REM foram feitas, e são bandas completamente distintas e com públicos desconexos, essa foi outra comparação extremamente infeliz.

Ao que me parece, o jornalista só conhecia We Will Rock You e We Are The Champions, pois deixou passar desapercebido as grandes : I Want it All, Show Must Go On (ponto alto do show em minha opinião), Radio Ga-Ga, Till Your Mother Down, Hammer to Fall, além das belíssimas músicas do Bad Company Seagull e Bad Company, do primeiro disco auto-intitulado do ano de 1974, além do grande sucesso supracitado All Right Now do Free do ano de 1968.

Um show perfeito, longo (29 músicas) e que para ser mais perfeito, só faltou mais um ou dois clássicos do Bad Company, como Can´t Get Enough ou Feel Like Makin’ Love.

O e-mail pode ser conferido clicando aqui

Abraços, e até a próxima.

Vitor

~ por Vitor em novembro 29, 2008.

7 Respostas to “Motivação e Estréia”

  1. É vitor, acho que tem mta gente que precisa aprender e estudar mais sobre o rock n´roll, ainda mais bitolados… bem legal seu blog, vc tb escreve bem e além de tudo é irônico do jeito que eu gosto ao ler uma crítica hheheehe muito boa sorte no blog e que muita gente aprendar com vc! um bjo!

  2. Cara estou com ódio desse tal de Lauro Lisboa Garcia.
    Primeiro que se ele não gosta de Queem e não conhece o Paul Rodgers não deveria ir ao show e muito menos escrever um “resenha” para um veículo de comunicação tão importante.

    Parabéns pela resposta dada concordo com tudo que foi dito. Teria como envia-la para esse infeliz?

  3. Opa e ai Vitor tudo bem?? eu também fiquei extremamente indignado com a “crítica” do tal “jornalista”. O sujeito demonstrou total desconhecimento sobre música e enalteceu o que houve de pior no show ( o solo do Roger Taylor por exemplo).
    Paul Rodgers é um vocalista que não precisa provar mais nada , é considerado como uma das maiores vozes do Rock e certamente um dos vocalistas mais influentes de todos os tempos , sempre citado com total admiração por caras como Glenn Hughes, Dio , David Coverdale, Rod Stewart, Robert Plant , Jimmy Page .. só para citar alguns.
    Eu espero realmente que as pessoas pesquisem antes de se deixar levar por opiniões como a desse boçal.

    Só uma correção , o estilo do Paul Rodgers tem mais a ver com o blues mais puro do que com o southern rock ( rock sulista americano com influências de blues/jazz/country onde seus maiores expoentes foram o Allman Brothers e o Lynyrd Skynyrd, entre outros).

    Parabéns pelo texto.

  4. Bom, eu não sou um grande conhecedor de Rock. Conheço bem o Queen porque meu pai gostava. E conheço bem pouco de Bad Company (nem lembrava de Free). Mas de qualquer modo, acredito que os comentários do tal Lauro Lisboa Garcia foram bem maldosos em alguns pontos. Não é justo comparar dois vocalistas assim, ainda mais quando não existe a pretensão de ser igual. Assim como outras bizarrices dessa “resenha”.

    Enfim, Vitor… Eu sei que é muito foda ver umas coisas dessas no jornal… Mas na boa? A imprensa brasileira não está nem aí pra nada. Já faz um bom tempo que eu não me importo muito com o que a imprensa apresenta, exatamente porque os ditos “jornalistas” não se importam com a informação real, e sim com o que vai causar mais furor no público. Eles não estão interessados na verdade.

    Não vi o show, mas espero que quem tenha visto tenha gostado. Gosto do Queen, e o que eu me lembro do Bad Company também era bem legal. Vou ter que procurar algumas músicas pra lembrar…

    Abraço!

  5. Impressionante conhecer esta faceta de um cara que eu tenho uma outra impressão no trampo. Você demonstrou bastante segurança em suas palavras.
    No dia que você me mostrou a matéria no jornal, fiquei com nojo do elemento. Mesmo sem conhecer Rock’n roll, dá pra perceber que o tipo de comentário é extremamente “non sense”, senão, preconceituoso. O elemento resolveu até criticar a aparência do Paul Rogers.
    Trabalhei no Estadão (não na redação) e sei que, como em todos os lugares, algumas coisas saem do controle, mesmo porque nem todo mundo conhece de todos os assuntos profundamente.
    Note quantas vezes você lê matérias onde trechos do texto estão desconectados. Pressa, muito trampo, preguiça… Mas é outro caso.
    Enfim, não estou escrevendo para defendê-lo. Pode até ser que o elemento tenha algum valor. Porém, neste caso, foi muito infeliz. Além disso, espero não ter o desprazer de ler nenhuma outro texto dele.
    Gostei do blog. Parabéns.

  6. Posso só corrigir uma coisa?

    Em Bohemian Rhapsody, a banda usava playback na parte do coro(“I see a little silhoueto of a man (…)”). A parte inicial(também coro) não era executada. Partia-se direto de “Mama… just killed a man”. 😉

    Fora isso, minha opinião é de que o infeliz não foi ao show. Perceba que ele escreveu um monte de chavões e colocou informações que qualquer um pegaria na internet.

    Pra mim, ele não foi ao show, e foi obrigado a escrever sobre o show. Aí saiu falando merda.

    P.S. -> No dia 27 e no Rio eles tocaram Feels Like Makin’ Love, ao invés de Bad Company. Única mudança no set list.

  7. Nota mental: revisar as besteiras que escrevo, mesmo que sejam compridas, pra evitar falar bobagens. =P

    E show sensacional? Pra mim foram shows sensacionais! De São Paulo e do Rio.

    Pessoalmente só tinha uma forma de ser melhor: com Freddie Mercury e com John Deacon. Mas como isso é impossível, eu vi o show perfeito ao alcance de nós, mortais! =D

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